Minha formação tem como base a teoria histórico cultural. Em função das vivências de sala de aula e da prática clínica eu reconheci limites nas diferentes teorias pedagógicas e por isso busquei estudar o ser humano integrado. Acredito que o desenvolvimento cognitivo infantil é muito mais amplo do que qualquer rótulo diagnóstico, gosto de atender cada alminha respeitando as individualidades de sua concepção. Acredito no ensino que considere as vivências de cada criança e as experiências do núcleo familiar.
Nos tornamos humanos pela interação com o outro. A comunicação é o eixo central do desenvolvimento, por isso, defendo a importância de conectarmos com os nossos filhos desde o ventre materno. É fato que o desenvolvimento cognitivo infantil requer um olhar integrado pois ele passa por algumas etapas, que a ciência denomina – marco de desenvolvimento.
A linguagem é o centro do desenvolvimento e ela começa pela forma não verbal. Logo nos primeiros anos de vida de uma criança os estímulos visuais se tornam fundamentais para o seu desenvolvimento. Antes da expressão verbal, a criança inicia sua comunicação pelo ato de apontar, ou seja, sinaliza o objeto que deseja antes mesmo de saber pronunciar verbalmente.
O ambiente propício para um desenvolvimento saudável é o que respeita a expressão do ser e que se tenha uma base familiar e social amorosa, pois, essas interações têm importância central no desenvolvimento infantil. Uma criança só vai conseguir aprender em um ambiente que se sinta segura. O processo de formação conceitual ocorre em atividades dirigidas para um objetivo definido de acordo com os preceitos individuais. É preciso identificar os talentos de cada criança para que a aprendizagem possa ser consolidada. As habilidades cognitivas vão sendo desenvolvidas na interação com objetos da cultura. A constituição psíquica estrutura-se a partir da interação entre a criança e o mundo interior. Por isso, acredito nas possibilidades que o meio possa trazer para um desenvolvimento saudável.
O processo de desenvolvimento humano emerge da materialidade simbólica e das práticas coletivas sociais. Por isso, o trabalho integrado exerce importante papel na produção do conhecimento. O objeto (fenômeno) precisa ser compreendido como um todo e não de forma fragmentada. A compreensão conceitual faz parte do processo intelectual, e a comunicação se constitui em meio central para evolução no processo de aprendizagem.
O desenvolvimento humano passa necessariamente pelas diferentes formas de comunicação. Não há, portanto, como compreender o processo sem elucidar algumas questões da psicologia humana histórica. Vigotski explica que “na filogenia do pensamento e da fala, pode-se distinguir claramente uma fase pré-linguística no desenvolvimento do pensamento e uma fase pré-intelectual no desenvolvimento da fala” (2013, p. 51). Dessa maneira, o desenvolvimento interacionista proposto por Vigotski (2013) pressupõe quatro planos genéticos: filogênese; ontogênese, sociogênese e microgênese. Isso significa que o sujeito não nasce com capacidades intelectuais desenvolvidas. São as interações históricas e culturais que propiciam o desenvolvimento cognitivo. Os quatro planos genéticos articulados propiciam o desenvolvimento da mente: a filogênese é a história da espécie humana; a ontogênese é a história do indivíduo da espécie; a sociogênese é a história cultural do meio onde o sujeito está inserido; e a microgênese, conforme prefixo da palavra, refere-se a um aspecto mais microscópico do desenvolvimento humano, ou seja, cada fenômeno irá atingir o ser humano de forma diferente, e é neste aspecto que a individualidade e singularidade do sujeito se constituem.
Ocorre identificando os pontos de dificuldade que a criança está apresentando e a partir do atendimento familiar traçamos um plano de ação para subsídio no desenvolvimento que respeite a neurodiversidade e as particularidades de acordo com o contexto envolvido. Clique no botão abaixo para agendar sua sessão.
